terça-feira, 21 de julho de 2009

A beleza que é viver!


Narciso era um belo rapaz que totods os dias ia contemplar sua própria beleza nun lago. Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.

Oscar Wilde, que narrava a história em um de seus livors, acrescentou algo à mais:

Ele dizia que quando Narciso morreu, vinheram as Oréiades- deusas do bosque- e viram o lago transformado, de um lago de água doce, nun cântaro de lágrimas salgadas.

-Por que você chora? -perguntaram as Oréiades.
-Choro por Narciso -disse o lago
-Ah, não nos espanta que você chore por Narciso-continuaram elas. -Afinal de contas, apesar de todas nós correrem átras dele pelo bosque, você era o único ue tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.
- Mas Narciso era belo? -perguntou o lago.
-Quem mais do que você poderia saber disso? -responderam, surpresas, as Oréiades. - Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse:
-Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo.
"Choro por Narciso porque todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos , minha própria beleza refletida".

"O Alquimista" , págs 13-14













Não sei o que me faz admirar a história...se é o fato de ela ser bela pelo desfecho, ou se é por acreditar que tanto o lago, quanto Narciso são um tanto quanto egoistas, ao meu ver. Mas acredito que o que me agrada mesmo é a idéia de ser diferente das duas personagens.

Sempre critiquei as pessoas ditas "narcisistas", que admiram o próprio nariz ao ponto de fazer com as pessoas só imaginen que de bom nelas, só há a beleza. Tentar arrancar elogios, enaltecendo a própria beleza, é um tanto quanto "babaca". Opiniões sobre nós quem tira é quem nos ver, quem nos conhece...

O exagero sobre si é tanto, que chegar a causar nauzeas em quem escuta. Sem contar, que isso pode ferir alguém por perto. Comigo já aconteceu várias vezes. Detesto "gabolismo"e me sinto mal em ouvir.

Ja ouvi casos que o enaltecimento da imagem exterior, chamada "beleza brasileira" foi tanto, que no fim das contas o(a) envolvido(a) se sentiu mal, porque dali em diante as pessoas só passaram a ver como tal, como se nada de melhor podesse ter nele(a) como uma pessoa. Havia virado um objeto de beleza.

A vida, a cultura do ser humando é bem mais do que um rosto bonito, um belo par de seios ou pernas bem torneadas. Sou adepta da beleza interior, da beleza intelectual, do que realmente vale, daquilo que importa. A beleza é importante e deve ser admirada, mas não deve ser posta como de suma importância.

As vezes, perdemos até o brilho das coisas ao redor, como aconteceu com o lago, ou nos afogamos em nosso ego, como Narciso, e as coisas que importam, passam despercebidas e só passamos a dar valor quando realemente as perdemos.

A auto-valorização deve haver sempre, e é necessária para nós, só devemos nos policiar para que isso não vire um veneno ao invés de remédio.

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